quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Unha de Cabrito

Está no DC de hoje e não posso deixar de postar aqui as histórias do meu amigo Roberto (Unha de Cabrito) e do seu pai Edgar (Foca).
Uma destas viagens que o Sr. Edgar diz que fez, de ônibus, fui junto, para Pelotas ver o jogo entre AVAÍ X Brasil em 98. Sensacional este jogo.


Dia 24 de agosto de 2002, estádio da Ressacada. Avaí joga em casa contra o Bragantino, pela Série B. No meio da torcida, como sempre, estão pai e filho: Edgard e Roberto Demouro, ansiosos esperando o início da partida.
Começa o jogo e, em menos de três minutos, o Avaí faz o primeiro gol. Edgard levanta para comemorar e não vê mais nada. Passa mal e precisa ser retirado do estádio em uma maca, com o jogo paralisado, para que os paramédicos possam passar pelo gramado e fazer o trabalho de remoção. Torcida, jogadores e dirigentes acompanham aquele momento de angústia do torcedor, que parece estar infartando, e de seu filho, Roberto, que corre logo atrás dos médicos até a ambulância, que segue apressada para o hospital.
Foi por pouco. Edgard ficou 22 dias internado, cuidando do coração. E esta não foi a primeira vez. No mesmo ano, alguns meses antes, a dupla fanática da família Demouro foi com o ônibus do time assistir Avaí e Brusque, pelo Catarinense, em Brusque. Na volta, ainda dentro do veículo, Edgard começou a sentir-se mal. O presidente do Avaí, João Nilson Zunino, que é medico e estava no ônibus, prestou os primeiros atendimentos e mandou o motorista "voar" até o Hospital Regional de São José.
- Passamos a mil na BR-101, e até uma viatura da polícia veio atrás para saber porque estávamos correndo tanto. Quando chegamos no hospital, explicamos tudo, pagamos a multa e ficou tudo bem. Meu pai foi internado, e não chegou a infartar - relembra Roberto.
Dois grandes sustos foram suficientes para afastar Edgard dos estádios? Que nada! Ele vai a todos os jogos do Avaí na Ressacada e, sempre que pode, viaja com o filho para acompanhar o time.
- O médico me disse que só ouvir o jogo pelo rádio pode ser até pior para o coração. No estádio pelo menos eu estou vendo o que está acontecendo, e posso extravasar minhas emoções, gritando, vibrando e xingando - explica.

Confira as edições anteriores da série e vídeos com os personagens

O filho Roberto, hoje com 30 anos, é o grande companheiro. Ambos compartilham o mesmo fanatismo pelo Avaí. Roberto foi o criador da Torcida Organizada Comando Azul (já desfeita), e trabalhou durante mais de 10 anos para uma companhia aérea. Assim, conseguia comprar passagens mais baratas para os dois acompanharem o Avaí pelo Brasil inteiro. Viajaram muito, e guardam belas histórias desta época.
Uma delas, em especial, demonstra o carinho da dupla manezinha pelo time azul e branco. O Avaí foi jogar em Belo Horizonte, contra o América Mineiro, em 2005, pela Copa Sul-Minas. Na área do estádio reservada aos donos da casa, lotação máxima. Na ala dos visitantes, somente duas pessoas e duas bandeiras: Edgard e Roberto, com os símbolos do Avaí e de Santa Catarina. Era um únicos! Ao ir até o bar comprar uma cerveja, Roberto conheceu alguns torcedores da casa, e logo ficaram amigos. Final da história: a dupla catarinense assistiu ao jogo (Avaí perdeu por 2 a 0) junto à torcida da casa. Depois, jantaram juntos e foram levados em carreata de volta até o hotel.

2 comentários:

Anônimo disse...

Roberto e um grande figura.

Abraços:
Fábio Azurra

GutoAtherino disse...

unha de cabrito é dos velhos tempos hein?!? !hiahiahaiha