Vejam que além das casas, as pessoas devem perder seus terrenos, pois o solo está desmanchando e reconstruir as casas nestes terrenos é uma temeridade, além de ter um custo muito alto. E isto é reflexo da exploração humana, devido aos desmatamento das encostas.
Culpa ainda o poder público pelo não controle da ocupação ilegal.
Vale a pena ler.
O professor do Departamento de Análise Geoambiental da Universidade Federal Fluminense, Júlio César Wasserman, afirmou que parte do solo de Santa Catarina está desmanchando. O especialista disse que o desabamento de terra ocorrido nas encostas de cidades do Estado devido às fortes chuvas é um processo chamado solifluxão. Segundo ele, na maior parte das vezes, o fenômeno acontece devido ao desmatamento das encostas. "Quando se tem ocupação de favelas ou residências com pouca estrutura nessa áreas, esse processo vai ocorrer", disse.
Ele explicou que a espessura do solo das encostas é relativamente reduzida e que quando há chuvas, as águas penetram até a rocha sã (tipo de rocha que não virou solo). Por esse motivo, a terra ultrapassa sua capacidade de absorver essa água. Fato acontecido em Santa Catarina. "A formação é como se fosse uma manteiga derretendo em um bloco de gelo", exemplificou.
O pesquisador também destacou que, além de perder as casas, muitas famílias deverão perder os terrenos onde as moradias estavam construídas, já que as áreas desapareceram no meio da enxurrada. De acordo com ele, nos locais em que o solo se acomodar, será possível fazer uma análise geotécnica.
Na opinião de Wasserman, a responsabilidade pelos prejuízos é do Estado. "Acho que existe uma grande responsabilidade do Estado em ter legalizado esse terreno. Mesmo nas situações de invasão. Acho uma irresponsabilidade o fato do Estado ter controlado essa ocupação nessas áreas de risco", afirmou.
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